sábado, 6 de junho de 2009

alta costura

pela pele
vendo a roupa que te despe
me despeço desta veste que me tece
desato o ultimo nó do novelo
e então nu em pelo
me ofereço como agulha
e invisto em teu tecido
costurando aqui ali
me fazendo teu bordado
adornando teu sentido
tatuando meu desenho
nos locais mais escondidos
me sentindo permitido
me vestindo de você
definindo ponto a ponto
no vai vem do percurso
certa malha de beleza
que me mostra com clareza
que é em ti o meu sudário

8 comentários:

Unknown disse...

Beleza de poema, Guru!

Adoro o que escreve!

Há uma sensibilidade incrível!

Parabéns, amigo!

Forte abraço

Mirse

Anita Mendes disse...

"me despeço desta veste que me tece
desato o ultimo nó do novelo
e então nu em pelo
me ofereço como agulha
e invisto em teu tecido"


um poema na" medida" certa!
Amei!
beijos pra ti, guru. Anita.

Lou Vilela disse...

Belo, sensual e inteligente. Parabéns! Uma pérola!

Anônimo disse...

...a beleza dessas palavras me faz questionar se quero estar vestida ou nua.

Talvez em pouco dos dois.

Amo.

Beatriz disse...

Gostei. Agora, pensar em sudário tem mesmo tudo a ver com paixão!
uma oração com ritmo e boas imagens.

Adriana Godoy disse...

Eta, Guru, gostei da imagem, dos versos, da ideia...vá se vestir, menino!! Beijo.

Luciano Fraga disse...

Com que malemolência funciona esta máquina de costurar versos? Musicalmente belo, abraço mano.

Cosmunicando disse...

não tinha visto este aqui, estava viajando... que coisa linda!

 
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