sexta-feira, 28 de novembro de 2008

malanragem






A mulher

Por ter um pacto com a vida
Pensa que sabe de algo que não sei
Só que ela não sabe
Que eu sei que ela sabe

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

conjugação

O amor conjugal
é o exercício
da solidão a dois
Uma autonomia dependente
A fraternidade
a solidariedade
O carinho o respeito
e o tesão
compõem a moldura
que sustenta o espelho
para que um possa
se ver no outro
O ciúme é o prego no qual
esse espelho deve
ser dependurado
Tome cuidado pois
se a cabeça do prego for muito grande
será impossível dependurar o espelho


O capeta e a arte
Moram no detalhe
Eu também
Minha existência é incidental
...a existência

é um doce desespero...

CONFUSÃO

...acho que senti
tua saudade de mim
foi tão intenso
que me confundi
e achei que eu
tava sentindo saudade
de você...
gosto tanto das
agradáveis e confusas sensações
que meu amor por voce

provoca em mim...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008




Oi!!!

Eu sou
um
estado
de
espírito
E voce?

pensamento

Não penso no que escrevo

Vou escrevendo e a palavra

vai estimulando o pensamento

Vou escrevendo o pensamento

e enchendo o papel de palavras

O nada do papel

estimula todo o meu pensamento

Vou enchendo esse nada com meu todo

e de repente está lá

meu pensamento em forma de palavras

e tudo bem

Hora de degustar um bom e velho vinho

porque não sou de ferro!


FORJA I

Emoção que se resolve

Se dissolve se dilui

É bom mas é ruim

No início é um alívio

A descarga do peso do convívio...

Em seguida desafia o costume

Tentando remover o betume

Que na alma sorrateiro

Instalou a dependência

É o começo de outra fase

Culpa medo ira saudade

Tudo junto misturado fora de tom

Mostrando que o que era ruim mas era bom

Agora já era!

E no esfumo da loucura

No entremeio do desencanto

Um aceno se permeia

É o sorriso do descanso

Alma em via de assunção

Que por fim desobceca

Vê o mundo com os olhos

De quem se viu livre da cerca

A realidade permanece a mesma

Mas o olhar da alma livre

Vê o mundo com beleza

E um ar de melancolia

Frutos da compaixão que germinava

Enquanto a alma padecia


quarta-feira, 19 de novembro de 2008

E U N A S C I






Quando saí da minha mãe

Quando saí de uma batida de carro

Quando saí numa escola de samba

E quando meus filhos nasceram

Desbunde

A arte me permite
Experimentar situações irreversíveis
Sem torna-las irreversíveis
Assumo um risco sem correr risco
É como um transe profundo
Só que o outro "eu" de mim
Aquele que projeta a experiência
E diz: vai!
Continua presente
Tem pleno controle da realidade
E me acalma durante a viagem

segunda-feira, 17 de novembro de 2008






Nasci pura interrogação

E cheio de vírgulas
Hoje tô cheio de exclamação
E ponto final

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Refração

A sensualidade do deserto

Me deixa meio incerto

O engano dos sentidos

Na mirada sem sentido

Faz reter uma imagem

Que me lembra teu dorso

Empreendo a caminhada

Suavidade arredondada

Convexa com vida convidativa

Ao delírio da jornada

Sinto o sopro de sereia

Me dizendo que areia

É o chão da grade praia

Que meu passo faz sentido

Nessa linha do olhar

Em que o fio dessa linha

Que me guia ao fim da linha

Onde ali começa o mar...

Bla bla bla sobre o Impossível

Não existe o impossível IMPOSSÍVEL!

O impossível

É uma possibilidade

Que se apresenta

Como algo intransponível

Insolucionável

Uma inviabilidade momentânea...

Então tá!

Diante do impossível

Só faço o que é possível

Nisso reponho forças

Acumulo recursos

E de repente

Realizo o impossível









Meu negócio

É o resultado
Da combinação
Entre (pa)ciência
Arte
E o ócio do ofício
 
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